terça-feira, 6 de setembro de 2011

QUESTÕES FCC DE SOCIOLOGIA (2007)

FCC Professor Titular de Ensino Médio SOCIOLOGIA 2007

1 A tradição sociológica, segundo os PCNs, se constrói em dois eixos: as relações entre indivíduo e sociedade e a dinâmica social. As diferenças entre Weber (1864-1920), Marx (1818-1883) e Durkheim (1858-1917), são:
(A) Para Marx, Weber e Durkheim as ações individuais podem ser analisadas nas relações com outras ações, seja como ação coletiva incorporada pelos indivíduos, seja como prática coletiva. Os que os diferencia é a autonomização do indivíduo, pois
somente para Marx ele é historicamente constituído.
(B) As diferenças entre os três autores referem-se às construções históricas sobre as relações entre os fenômenos sociais e ações coletivas.
(C) Para Durkheim a vida em sociedade é construída nas consciências individuais, por regras de conduta criadas por quem as vive; enquanto para Weber a sociedade é algo exterior, movida pelas ações; diferentemente de Marx a existência do indivíduo e sua relação com a sociedade são condicionadas pelas consciências.
(D) Durkheim enfatiza a posição do pesquisador na análise das relações sociais e dos fatos sociais como dependente das idéias e opiniões; enquanto para Weber as construções teóricas do pesquisador näo dependem de escolhas pessoais realizadas para análise das relações sociais; e, Marx ao enfatizar a descrição da realidade social coloca em evidência um pesquisador comprometido com a compreensão das relações sociais.
(E) Para Durkheim a sociedade é algo exterior e superior aos indivíduos, enquanto para Weber a sociedade só pode ser compreendida a partir das ações individuais reciprocamente referidas; e, diferentemente, para Marx, as relações entre indivíduo e sociedade não podem ser analisadas separadamente das condições materiais em que essas relações se apóiam.

2 Segundo Durkheim, são três as características que distinguem os fatos sociais:
(A) normalidade, moralidade e subordinação.
(B) sanções, objetividade e singularidade.
(C) independência, regras e moral.
(D) coerção, exterioridade e generalidade.
(E) evidências, sentido e compreensão.

3 O termo precarização do trabalho tem sido empregado, contemporaneamente, em referência a uma diversidade de situações de trabalho e emprego que se tornaram expressivas na década de 1990 como conseqüência da reestruturação produtiva. Essas formas de inserção no mercado de trabalho apresentam determinadas características.
O trabalho interpretado como precarizado é
(A) assalariado regulamentado.
(B) com contrato estatutário
(C) por tempo indeterminado.
(D) por tempo determinado (temporário).
(E) em tempo integral.

4 NÃO se refere ao conceito de indústria cultural, cunhado por Adorno e Horkheimer (1947), presente nos PCNs:
(A) a essência da audição de massas é o reconhecimento do que nos é familiar. Todas as vezes que uma fórmula tem êxito de consumo (se populariza) a indústria a promove e repete sempre o mesmo padrão. Tais circunstâncias intensificam a
passividade social.
(B) dissolvendo a tradicional oposição entre “alta
cultura” e “cultura popular” a indústria cultural criou a barbárie estilizada”.
(C) a indústria cultural “democratiza” um bem cultural, ao reproduzir em série, tornando-o acessível a todos.
(D) na era das relações de troca de mercadorias, em que as relações sociais são reduzidas a relações mediatizadas pela mercadoria, também o produto cultural, a arte, perde a aura que lhe conferia especificidade de valor de uso.
(E) as idéias tanto quanto os bens materiais estão sujeitos à mesma lógica da produção, baseada na extração da mais valia e das relações de troca, que transformaram todo e qualquer produto em mercadoria.

5 Desemprego e abundância de lixo são duas marcas da sociedade atual. O lixo é sujo e cheira mal; deixa sujos e malcheirosos os que nele trabalham (...) O lixo tem sido visto por alguns como forma de inclusão de parcelas da população que, de outra forma, não teriam como sobreviver. (...) Pesquisa realizada no distrito de Barão Geraldo, em Campinas, encontrou 19 catadores de rua.
Entre eles, dois tinham curso superior e estavam desempregados. Apenas dois eram analfabetos.
(Lea Pinheiro Paixão. Catadoras de dignidade: assimetrias e tensões em pesquisa no lixão. In ZAGO, Nadir et al. (orgs.). Itinerários de Pesquisa. Rio de Janeiro: DP&A, 2003, p.271-273)
NÃO se aplica ao texto:
(A) a precariedade toca todas as categorias sociais.
(B) a precariedade tende a ser cada vez mais durável.
(C) parte considerável da população é excluída do
mercado de trabalho.
(D) as desigualdades sociais colocam em questão as conquistas sociais e reforçam o individualismo.
(E) o desemprego em massa não é o único responsável pela situação descrita.

6 Classe social para Marx pode ser compreendida como
(A) a forma pela qual a propriedade é distribuída entre várias pessoas, que competem no mercado com a finalidade de troca.
(B) tendo sua estrutura e situação de classe determinada pelo mercado.
(C) um grupo de pessoas que se encontra na mesma situação no mercado ou na mesma situação de classe.
(D) constituída por múltiplas determinações, em especial, pela posição que os indivíduos ocupam nos diferentes setores da produção social.
(E) o estabelecimento de um conjunto de relações específicas, que pode ser buscado em qualquer sociedade, seja ela capitalista ou não.

7 A violência manifestava-se no cotidiano da classe trabalhadora através da depressão salarial e do acirramento da espoliação urbana. Para manter semelhante situação sócio-econômica, o Estado forjou um vasto aparato a fim de coibir os agrupamentos que se opusessem às regras de um sistema eminentemente excludente. Para tanto, as pressões populares foram bloqueadas e os trabalhadores perderam a possibilidade de se organizar em partidos, sindicatos ou associações reivindicativas de diversos tipos, pois na medida em que procurassem se aglutinar em defesa de seus interesses, eram imediatamente tolhidos ou reprimidos.
(KOWARICK, L. A espoliação urbana. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1979, p. 187)
O tema da violência na sociologia no ensino médio pode ser abordado pelas diferentes formas como ela se manifesta e não somente associada à criminalidade. A violência no texto pode ser compreendida como:
(A) anomia, no sentido Durkheimiano de ausência de normas integradoras e crescente individualização.
(B) decomposição do sistema político e econômico.
(C) como um tema, histórico e social, que se desenha à medida que contradiz, afirmando e negando, o estabelecido.
(D) uso legítimo da força que assegura ao corpo social uma segurança.
(E) associada ao caos, à desordem, e à transgressão às normas estabelecidas.

8 O anarquismo, corrente política que teve forte influência no movimento operário de São Paulo e Rio de Janeiro, nas primeiras décadas do século 20, pode ser compreendido como uma
(A) luta político-partidária, tendo o Estado como mero órgão de dominação.
(B) forma de pensamento social que faz crítica radical à sociedade capitalista, à forma de exploração do trabalho humano.
(C) organização dos operários no terreno da luta
especificamente política.
(D) sociedade dirigida pelos sindicatos, com amplos
poderes aos trabalhadores.
(E) dominação oligárquica que para sua sus-tentação precisava do apoio do operariado urbano.

9 As disciplinas vinculadas às ciências humanas têm como princípio auxiliar na construção de valores mais humanos e menos mercantis, contribuindo para a formação de uma sociedade mais justa e igualitária. Neste sentido, a sociologia pode
(A) ensinar o aluno a analisar a sociedade de forma
distanciada.
(B) levar o aluno a compreender a sociedade de forma fragmentada, analisando seus fenômenos separadamente.
(C) estimular a cultivar junto aos alunos a lei do “salve-se quem puder”, nas palavras de Milton Santos, cultivando a individualidade que impera em tempos de globalização.
(D) levar o aluno a questionar permanentemente os
fatos, visando uma transformação da sociedade e construindo o senso crítico.
(E) compreender a sociedade como fenômeno estático.
10-50. Os processos de reestruturação produtiva passam a eliminar cargos de forma irreversível no interior das empresas. A este fenômeno os PCNs se referem como:
(A) precarização do trabalho.
(B) desemprego estrutural.
(C) desemprego em massa.
(D) terceirização. (E) deterioração do trabalho.

11 Ainda não havia amanhecido e a maioria dos moradores do conjunto habitacional já estava na rua. Haviam decidido em reunião do dia anterior impedir, a qualquer custo, que a ordem de despejo expedida pela justiça fosse executada contra mais um dos mutuários inadimplentes. O dia se anunciava com muita tensão. A maioria dos moradores não fora trabalhar, quebrando a rotina de um dia normal. Chegara o momento de uma decisão definitiva. Não era mais possível aceitar passivamente as conseqüências de uma situação socioeconômica que lhes tirava o emprego, a comida, a escola, e agora a casa. (SILVEIRA, R.J. In: TOMAZI, N.D. Iniciação à sociologia. São Paulo: Atual, 1993) O trecho acima refere-se a um exemplo de ação do:
(A) anarquismo. (B) movimento social.
(C) voluntariado. (D) movimento sindical.
(E) comunismo.

12 A sociedade tem, ao longo da história, sofrido transformações e apresenta como uma constante a desigualdade, expressa de diversas formas. Assim, as castas, os estamentos e as classes sociais concretizam tal afirmação. É INCORRETO afirmar que:
(A) as castas, na perspectiva weberiana, são compreendidas como uma forma de organização social específica, cuja ordenação social define a posição dos indivíduos nos planos políticos e econômicos, bem como o funcionamento das instituições.
(B) a sociedade feudal tinha sua organização social
baseada em estamentos, cujas relações eram
estabelecidas entre nobreza, clero e servos.
(C) o poder era vinculado à propriedade da terra pelos estratos dominantes.
(D) as classes sociais expressam as desigualdades na sociedade capitalista.
(E) as classes sociais podem ser sinônimas de status e prestígio.

13 O conceito de fato social é:
(A) descrito por Max Weber como o objeto da sociologia, constituído por qualquer ação feita pelo indivíduo orientada pela ação de outros.
(B) compreendido por Émile Durkheim como o objeto de estudo da sociologia, constituído por regras e normas coletivas que orientam a vida dos indivíduos em sociedade.
(C) analisado por Émile Durkheim como o meio de
descrever a realidade social.
(D) abarcado por Karl Marx como o objeto de estudo da sociologia, vinculando-o à forma como a realidade se produz e se reproduz ao longo da história.
(E) entendido por Max Weber como essencial para compreender a sociedade de sua época.

1-E; 2-D;3-D; 4-C; 5-D; 6-D; 7-C; 8-B; 9-D; 10-B; 11-B; 12-E; 13-B

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